15 de maio de 2008

Toda a vida tem ruído mas eu nunca tinha guardado um tempinho para pensar nisso. O vento sopra, os pés arrastam-se dentro dos chinelos, a máquina da roupa torce, a porta bate ... o silêncio ensurdece.
Eu interiorizo sons e tenho medo. Medo de portas fechadas e de portas mal abertas, medo da chave que roda na porta, medo das patas do cão que esgravatam por cima da minha cabeça, medo da ventania que bate e re-bate nas persianas, medo da sombra do candeeiro que se agita ... medo.
Hoje vou dormir de luz ligada, vou fingir que tenho cinco anos e me contam uma história, vou fingir que me afagam o cabelo e massajam a cabeça, vou fingir que recebo um beijo na testa mesmo quando já estou com um pé no país dos sonhos. Hoje vou afugentar os meus fantasmas, vou encadeá-los com a luz da minha bola de papel.
Talvez um dia aprenda a dormir como gente grande, mas hoje não.

4 comentários:

Anónimo disse...

medos, todos temos. ate a gente grande.so temos de os saber superar. e se para tal é necessário deixar a luz ligada durante a noite...porque nao? desde que isso nos faça sentir melhor...o importante é encontrarmos o equilibrio.e cada um,encontra-o de maneira diferente, à sua maneira. porque nem todos os equilibrios sao iguais, nem sempre se utiliza o mesmo caminho.
Descobre o teu! estou aqui para te ajudar quando estiveres indecisa em qualquer cruzamento!
catarina

Anónimo disse...

Mais um dos textos geniais desta rapariga :)
Perfeito :D *

ass: miriam

Anónimo disse...

Também tenho medo de dormir sozinha... ;)

Anónimo disse...

Também tenho medo de dormir sozinha... ;)