6 de agosto de 2007

Virei a página e agora que carregava cuidadosamente a tinta da china o meu rascunho de tanto tempo, de tantas vontades e indecisões abres os olhos e julgas que se me abanares o braço direito enquanto estou a escrever, como me fazias nas aulas à três anos atrás, podes reescrever a minha página e favorecer-te de novo.
Imaginas quantas vezes chorei por não te ter? Imaginas quantas vezes me roubaste o sorriso dos lábios com as tuas respostas tortas? Imaginas quantas vezes te quis aqui?
Agora é tarde! Guardei-te na caixa empoeirada do sotão, aquela que abro quando as coisas aqui, no presente, não dão muito certo. Porém és de lá, daquele tempo, na mesma. Não te quero aqui a reavivar-me a memória para me fazeres desejar-te outra vez.
O novo capítulo é cheio de amarelos e sonhos. De pessoas novas, sorrisos doces e abraços ternos. Não me interpretes mal ... és eterno mas Virei a página!

5 de agosto de 2007

Sabes aquele arrepio que nos nasce no estômago e se espalha por todo o corpo? Sim, aquelas borboletinhas, aquela vontade que só termina quando o meu corpo se encontra com o teu e nos deixamos levar em risos e olhares cúmplices, loucos. E depois continuar juntinha a ti para não ires nunca.
Dá-me mão, vamos passear ali onde o Tejo se junta ao Atlântico. Com a brisa de verão a acariciar-nos a cara, com as estrelas e a lua a iluminar o nosso reencontro e por fim eu prometo que te mato a sede.
Vamos ?

3 de agosto de 2007

Construo as paredes do meu mundo novo. Uma pincelada e outra de cor, de muita cor para que tudo fique perfeito. Uma mesa, uma cadeira, um miminho aqui e ali. Um sonho que se materializa. Mas morro de medo e a minha cabeça estoira de dúvidas. E se não for para lá? E se a saudade for insuportável? E se me sentir sozinha? E se falhar?
É nestes dias que o amarelo desmaia para o cinzento e me entrego aos lençóis, ao quarto a meia luz, ao sofá, às recordações encaixotadas. É nestes dias que abraçar-te seria tudo. Devolves-me a paz e a certeza de que viver é bom. É bom, não é? Dás-me uma força e paciência que só conheci em mim quando apareceste na minha vida e me mostraste que lutar nunca é em vão. Não que o tivesses dito alguma vez mas nem precisas de falar para dizer tanta coisa.
Conto os segundos, preciso de te ver.
Ajudas-me ?