29 de novembro de 2007

Agora é preciso um fio bem maior para que o meu copo de yogurt se ligue ao teu e podermos conversar como se fazia quando se era criança (apesar de não te conhecer ainda nessa época). Eu espero que não te esqueças do quanto gosto de ti, não quero que lá porque não haja fio deixes de telefonar e permaneças nesse silêncio triste que não me lembra o rapaz que ria e inventava barbaridades terriveis comigo. Quero que sorrias por existir tecnologia que nunca nos vai deixar longe.

Sabes que se eu pudesse te dava o Mundo, nao sabes?

Ti adorooo* meu manooo!

26 de novembro de 2007

A ti, Coimbra.

Recordo-me do dia em que deixaste de encher o meu olhar e de ser cenário dos meus dias. Tu que és pequenina e te deixas adormecer no Mondego assim que a noite cai e os teus estudantes de capas negras se deitam. Tu que foste capital e que ensinas tanto quanto as pedras gastas da calçada que tens. Tu que me viste nascer e fizeste crescer feliz dando um sabor especial à minha vida …Pensas que te esqueci, que te troquei? Não minha querida, aliás, tenho imensas saudades tuas e das minhas pessoas que ainda vivem por aí, em ti. Expliquei-te que tinha de partir, afinal, "o sonho comanda a vida". Agora é Lisboa que me embala e acorda sempre num frenesim que aí não tens. Passeio-me em ruas que não conheço, em transportes públicos confusos, nesta babilónia de cores, de cheiros, de dialectos e sotaques. A cidade das sete colinas onde descansou Ulisses e eu começo uma vida nova, cheia de gente que nunca vi e de coisas que ainda não aprendi.
Vim perder-me Sozinha (ou Acompanhada!), atrás de um Sonho, atrás de uma Vontade, atrás de Palavras e Versos perdidos, Atrás de Rostos e Acontecimentos. Pensas que não tenho medo, que não me assusta viver sem a tua certeza? Claro que seria mais fácil andar nesses teus caminhos que já sei de cor mas sei que sabes que temos de optar. Tenho a certeza que me acolherás se me perder. E, como te cantam tão bem, "Coimbra tem mais encanto na hora da despedida".

16 de novembro de 2007

E quando os sentidos pensavam já te saber de cor ouvi-te cantar! Senti na pele o gemer choroso da guitarra, ouvi os incansáveis aplausos e o trautear das canções tão tuas e nossas. Vi esse pesar triste do povo que vai, vem, contrói, desconstrói mas te ama sempre por essas ruas de calçada gasta, de cheiros tão teus. E não me cansei de esticar o pescoço, de sorrir e bater palmas, muitas palmas. Minha Lisboa... Meu fado, meu fado, meu fado!