27 de julho de 2007

Parte II

Madrugada! O sonho era lindo mas não passava disso e então chorava sempre que acordava com o barulhinho do mar no jogo de encontros e desencontros com a areia. Abria os olhos e logo depois voltava a adormecer. Pelo menos que o sonho me enchesse de cor, de amarelo, de risos.
Até que senti pentearem-me o cabelo com os dedos, uma respiração ofegante, ar quente no rosto e por fim um toque nos meus lábios. Abri os olhos e eras tu. A tropeçar em desculpas e beijos. A correr para não chegar atrasado, como sempre. Vieste meu amor, vieste!
Como é bom ter-te de novo, tão tu, tão meu!
Ficas para sempre?



Não sei escrever textos quando estou Feliz! (Desculpa meu amor*)

25 de julho de 2007

Parte I

E ir com o vento por te querer! Correr, correr, correr à beira mar, com a luz do sol que já vai fundo no horizonte e a brisa morna na cara a despentear-me ainda mais o cabelo. A praia vazia e eu cheia de memórias, de pensamentos mas tão só, como ela.
Corri até não poder mais, até as lágrimas me turvarem de todo a visão e me atirar para a areia fria. A Lua já substituiu os últimos raios de dia e eu não tinha forças para voltar para trás. Nem podia, pois não? Já me tinha emaranhado naquele caminho, naquelas promessas, naqueles sonhos, naquele amor tão grande.
Deixei-me ficar pela fé, pelo pensamento mágico, pela esperança. Alguém havia de aparecer ou viria o sol, novamente, para encher a praia de novo. Nada estava perdido, pois não?
Aninhei-me em mim como um bicho de conta e adormeci embalada no vento sem te ter!
Ainda vens?

15 de julho de 2007

Devaneios Citadinos

Fim de tarde!
A cidade é escoada para os arredores em carros e transportes públicos que deixam para trás um fumo que enegrece e entristece a cidade cada vez mais só. A multidão quase corre numa ânsia sôfrega de que o tempo passe à velocidade dos pés e o sofá fique mais perto de desfrutar.
Sou uma deles! Transpiro calor e cansaço numa aflitiva espera pelo autocarro, atrasado com sempre. A ouvir a minha música de sempre que varia entre o triste e o repetitivo e vai agudizando o meu estado de espírito. Observo os meus companheiros de "cela".
Uma senhora na casa dos "entas", com cara de quem vive numa aldeia dos arredores desde que se conhece, desabafa a sua vida num tom de reza que faz com que as pessoas levantem a sobrancelha. Tem vestidas umas roupas um pouco do século passado, de saia e uma camisa demasiado folclórica que lhe conferem um ar caricato. É a mais apelativa naquele pequeno leque de população trabalhadora e estudantil que espera e desespera naquele final de dia de trabalho estafante e monótono.
Finalmente chegou o maldito transporte colectivo e, para variar, vem a abarrotar. Um misto de vozes e cheiros nem sempre agradáveis. Demasiada gente de pé aos trambolhões, uns contra os outros. O espelho da sociedade. Encosto-me de pé a uma janela e observo a vida do lado de fora. Já passa uma brisazinha e o sol começa a esconder-se no horizonte. A cidade mergulha num mar de poeira e néon dos anúncios luminosos.
Passo pela zona mais actual da cidade e mergulho no antigo e belo, nos locais que me fazem amar esta cidade que é minha. Arcos do jardim, Jardim da Sereia, Praça da República. A cada paragem alguém suspira, alguém olha repetitivamente para o relógio, alguém sai, alguém entra. E eu deixo-me ficar a passear nos meus pensamentos e saudade de sempre agravadas pelos locais, pelas músicas, pelos suspiros.
Desço na paragem do Jardim da Manga juntamente com uma grande massa que sai desordeiramente sem respeitar ninguém. Sigo o meu caminho a brincar com os passos, a andar distraída pelos desenhos da calçada, bem no meio da rua, praticamente sozinha, visto que a maioria das pessoas que ainda circulam prefere quase colar-se às montras das lojas e olhar para o chão como quem se esconde da vida. Um rapaz de olhos verdes aguados e tristes tenta incutir um autocolante de uma associação qualquer a uma senhora cheia de sacos de compras que, friamente, lhe atira a frase de sempre, "Não tenho dinheiro nenhum!". Antagónico no mínimo. Mais à frente um velhinho deitado num banco de jardim. Roto e sujo, que me aflige e entristece. Olho à volta na esperança de encontrar a paz que me seduz. Nestes momentos em que a realidade nos assalta dá uma vontade imensa de abraçar a felicidade, os amigos, para ter a certeza de que tudo está bem, pelo menos para nós!
Chego à Portagem e olho para noroeste de frente para o rio e vejo um lugar que me lembra o "Nós" de que sinto saudade. Oiço os risos, estendo os braços para os abraços, sinto o "click" da máquina fotográfica, cheiro a felicidade e fico por momentos ali, paralisada à espera do que não volta. Até que um barulho me chama a atravessar a estrada e continuo, pela ponte de Santa Clara. Olho o ondular calmo e triste do rio cada vez mais negro que susurra uma história de amor a cada passagem suave do vento.
Por fim sento-me num banco do Estádio Universitário à espera que o tempo passe e chegue a hora de mais um treino, onde se fala mais do que se exercita. Daqui vejo toda a cidade. A torre da Universidade, a Sé Velha, a Sé Nova, entre outras casa e monumentos que desmaiam sobre o Mondego como uma multidão cansada e desalenta. Farta de ver, farta de sentir, farta de sorrir, farta de ouvir, farta de contar, farta de beber, farta de saber. Cansada de Velha!

Texto escrito no âmbito da disciplina de Português - 11ºano
A noite chegou escura e muda. Hoje nem uma estrela ficou para me contar uma história de embalar. Só o silêncio ensurdece os meus sentidos de palavras feias e pensamentos maus. Traz-me à lembrança os braços vazios, os dedos sozinhos, os lábios secos e os olhos brilhantes de choro, de raiva. Perdoa-me as repetições! É a tristeza que me move e é a tua ausência que está por trás dela. Sabes isso melhor do que ninguém, não sabes? Então agora explica-me ... Porque te escondes ?

14 de julho de 2007

Procuravas a minha mão com a tua até ficarmos com os dedos entrelaçados; mordias o lábio quando olhavas para mim e beijavas-me só porque era tua, só porque eras meu; dizias que era linda e que nem imaginavas a vida sem mim; abraçavas-me com tanta força que chegava a perder o fôlego para depois desmaiar no teu peito, no teu cheiro; percorrias com as mãos, de olhos fechados, a minha cara, o contorno dos meus lábios; passavas as mãos grandes no meu cabelo e olhavas-me cheio de loucura nos olhos enormes. Fazias-me sentir amada, feliz, completa!
Amaste-me como mais ninguém o soube fazer, até hoje. Por isso, em dias que fazem nascer noites sem sentido, sem chão, vazias, lembro-me de ti e tenho medo. Medo de nunca mais ser amada de verdade, de ninguém me querer assim tão eu ... insegura e alegre, incerta mas tão apaixonada!

10 de julho de 2007

Trago-te sempre debaixo de olho e nunca te vejo. Só te sinto, a passear na minha cabeça com passos pesados de lembrança. Ás vezes recordo-me dos dias bons em que me afagas o cabelo e abraças para matar a saudade que é sempre tanta. Mas em dias como o de hoje o pensamento é penoso, martela-me a mágoa do incerto e da ausência. E, para piorar, engendro as piores hipóteses nesta caixinha que já está tão cheia de te querer aqui!
Porque te escondes?

9 de julho de 2007

Os dias ficaram mais escuros desde que desliguei o telefone naquela tarde. Eram más noticias! Disseram-me que já não existem certezas nenhumas, que agora tudo ficaria pior, mais complicado e, ficou mesmo. Carreguei chorosa nos botões do telefone para te contar, na esperança de que percebesses a minha urgência em ouvir alguma coisa que ficasse por tanto tempo quanto a dor do futuro que é incerto. Acho que não percebeste ...
Ao fim de quase um ano este é talvez o momento em que mais preciso da certeza que existes e que nem tudo é em vão...não me soubeste dizer as palavras que devias, ou melhor, que eu queria ouvir.
Porque te escondes?!