5 de maio de 2008

A cidade está igual. As casas, as sés, a torre continuam a formatar-me o horizonte e a desmaiar no rio que balança levemente quando a brisa da noite passa. Há um tan tan tan tan (...) de Carlos Paredes a ecoar-me nos ouvidos quando a olho, a menina dos meus olhos treme aguada quando fito as suas luzes, há uma dor aguda em mim, por dentro. Sinto raiva por não poder ficar pequenina para sempre, por a vida nos obrigar a escolher. Sinto medo por ter escolhido, por ter fechado, talvez para sempre, um caminho para ir por outro. Assola-me o peso de um sonho que não foi cumprido(tento sorrir por e para aqueles que o realizaram por mim, em vez de mim ... talvez não com a garra com que o faria). Alegra-me o aparecimento de novas metas, sem capa, bengala ou cartola mas com palavras, textos, conquistas ... boas perspectivas.
Quero deixar-me de suposições e de rancores, afinal o recorte, ao fundo, será o mesmo sempre que me apetecer adormecer no colo da cidade que é minha, Para sempre.

2 comentários:

Anónimo disse...

Perfeito, como sempre :D
Beijinho*

Li disse...

Quando corremos atrás de um sonho, temos sempre de deixar tanto para trás! é injusto isso. deviamos puder escolher todos os sonhos do baralho e mistura-los, vive-los, e sacar mos de um na jogada que nos parece mais adequada. não dá. ao escolhermos abdicamos. ao abdicarmos sentimos saudades. ao sentir saudades temos mais forca para seguir em frente. e é essa força que nos faz realizar o sonho que escolhemos, pq se não o fizermos, entao nada valeu a pena. realizaste-o ni. realizaste-o de uma forma única q me faz entristecer por te ver tão longe desta cidade, que chora por ti. é verdade que gostava de caminhar contigo pelas margens do rio com a capa aos ombros, ver-te atira-a ao ar comigo e gritar um FRA comigo. mas abdicaste, e agr sim vejo um sorriso néctar no meu coraozinho que se ri por dentro ao saber que o poes cuidadosamente todos os dias. mesmo que as vezes tudo te pareca incrivelmente impossivel pensa em como tas crecida, abdicaste e venceste! e qd penso em ti, apesar de uma saudade triste apertar, o sentimento que resta por fim, mais forte do que nunca é orgulho.
Li :) *